Friedrich Wilhelm Nietzsche foi um filósofo, filólogo, crítico cultural, poeta e compositor prussiano do século XIX, nascido na atual Alemanha. Escreveu vários textos criticando a religião, a moral, a cultura contemporânea, filosofia e ciência, exibindo uma predileção por metáfora, ironia e aforismo. Querendo saber mais sobre a obra do filósofo? Selecionamos para você os melhores e mais lidos livros escritos por Friedrich Wilhelm Nietzsche, veja a nossa seleção!
O boxe Grandes obras de Nietzsche reúne três livros de um dos maiores filósofos do século XIX. Assim falava Zaratustra, provavelmente sua obra mais conhecida, divide-se em quatro grandes temas: o super-homem, a “morte” de Deus, a vontade de poder e o eterno retorno. Já O anticristo apresenta uma abordagem polêmica do Cristianismo, que, para o autor, designa o poder da mentira. Fechando o boxe, no autobiográfico Ecce homo Nietzsche propõe um exame das suas obras e, através delas, apresenta um novo ideal humano.
Primeiro livro de um dos maiores filósofos do século XIX, O nascimento da tragédia despertou polêmica pela ousadia da abordagem e pela militância estética em favor de Wagner, mas se tornou uma das obras mais influentes do século XX. A Companhia das Letras o lança agora numa nova tradução, assinada por Paulo César de Souza. Publicado no início de 1872, em meio a controvérsias, O nascimento da tragédia teve grande influência nos estudos sobre a Antiguidade, na filosofia e nas artes do nosso tempo. Estimulado pela metafísica de Schopenhauer e pelas concepções e composições de Richard Wagner, Nietzsche distingue duas correntes na cultura grega, a apolínea e a dionisíaca, e discute a natureza da cultura em geral, a relação entre arte, sofrimento e conhecimento, e as precondições para o ressurgimento da grande arte trágica, que traria consigo a renovação do mundo. A nova edição vem acompanhada do texto “Verdade e mentira no sentido extramoral”, de 1873, que prenuncia a crítica da razão e da linguagem que Nietzsche desenvolveria em obras da maturidade, e conta com posfácio de André Luís Mota Itaparica.
Publicada em 1874, a segunda das quatro considerações extemporâneas, Sobre a utilidade e a desvantagem da história para a vida, foi definida pelo autor em sua autobiografia, Ecce homo, como sendo o tratado que, através de nossa capacidade de perceber e dar significado ao passado, «traz à luz o que há de perigoso, corrosivo e envenenador da vida». E continua: «A vida doente dessa engrenagem e mecanismo desumanos, da impessoalidade do trabalhador, da falsa economia da divisão do trabalho». Nessa obra o sentido histórico do qual nosso século se orgulha foi pela primeira vez reconhecido como doença, como signo típico da decadência. A obra, contudo, não é pessimista. No último século e neste, a segunda extemporânea tem se configurado representante fundamental da investigação sobre o valor da história e da cultura histórica ocidental. As noções de aistórico e suprahistórico, apresentadas em Sobre a utilidade e a desvantagem da história, podem ainda nos dizer muito acerca de nosso olhar sobre o passado e como nos aproveitamos dele para bem vivermos o presente e gestarmos o futuro.
Um dos trabalhos filosóficos mais lidos e influentes de todos os tempos, Assim falou Zaratustra talvez deva sua extraordinária fortuna ao seu caráter híbrido: filosofia, religião e literatura nele se juntam de maneira complexa e atraente. Ao publicar Além do bem e do mal, livro imediatamente posterior, Nietzsche revelou ao amigo Jacob Burckhardt que a nova publicação continha “as mesmas coisas que havia dito antes pela boca de Zaratustra, mas de modo diferente, bem diferente”. De fato, o leitor reconhecerá, na linguagem metafórica e alegórica dos discursos e diálogos de Zaratustra, muitas das ideias que seriam desenvolvidas em prosa reflexiva nas obras posteriores ― ou que já haviam sido abordadas em Aurora e A gaia ciência, livros aos quais ele chegou a se referir como “comentários ao Zaratustra antes que ele aparecesse”.
Escrito como complemento a Além do bem e do mal, este livro é composto de três ensaios que, sob ângulos diversos, tratam da origem dos nossos conceitos morais. Interpretando a evolução da ética como uma história da crueldade, Nietzsche critica as mais caras ideologias da tradição religiosa e filosófica ocidental - a compaixão, a igualdade, a crença na verdade - e expõe algumas de suas teses mais importantes e controversas. "As três dissertações que compõem esta Genealogia são, no que toca a expressão, intenção e arte da surpresa, talvez o que de mais inquietante até agora se escreveu. Dionísio, como se sabe, é também o deus das trevas. A cada vez um começo calculado para desorientar, frio, científico, irônico mesmo, intencionalmente temporizador. Aos poucos, mais agitação; relâmpagos isolados; verdades bem desagradáveis anunciando-se ao longe com surdo zumbido - até ser enfim alcançado um tempo feroce em que tudo se lança adiante com tremenda tensão. No final, a cada vez, entre detonações terríveis inteiramente, uma verdade nova se faz visível em meio a espessas nuvens."Friedrich Nietzche, em Ecce homo, 1888.
A gaia ciência traz algumas das discussões mais originais de Friedrich Nietzsche a respeito de arte, moral, história, conhecimento, ilusão e verdade. Ao longo de suas 383 seções, aparecem três tópicos particularmente associados ao filósofo: a proclamação da "morte de Deus", a idéia do "eterno retorno" e a mítica figura de Zaratustra. Ao mesmo tempo, este é o seu livro com a maior diversidade de formas literárias, incluindo versos humorísticos, aforismos, breves diálogos, parábolas, poemas em prosa e pequenos ensaios. Nietzsche publicou A gaia ciência em 1882 e o ampliou substancialmente em 1887 (data da segunda edição), acrescentando-lhe o prólogo, o quinto capítulo - o mais substancial - e o apêndice com poemas (que constam deste volume também em alemão).
Nietzsche considerava Além do bem e do mal seu livro mais importante e mais abrangente. Quase todos os temas de sua filosofia madura estão presentes aqui: o perspectivismo, a vontade de poder e suas ramificações, a crítica da moralidade, a psicologia da religião e a definição de um tipo de homem nobre. Há também aforismos sobre arte e sexualidade, caracterizações de vários povos e países e muitas opiniões sobre personalidades históricas e artísticas. Tudo num estilo de grande beleza e precisão, a que não faltam humor, poesia e dramaticidade. Terminada a leitura, o leitor compreenderá por que as principais correntes de pensamento do século XX - como o existencialismo, a filosofia analítica e a psicanálise - reconheceram em Nietzsche um precursor.
Crepúsculo dos ídolos foi a penúltima obra de Nietzsche, escrita e impressa em 1888, pouco antes de o filósofo perder a razão. O próprio Nietzsche a caracterizou como um aperitivo, destinado a "abrir o apetite" dos leitores para a sua filosofia. Trata-se de uma síntese e introdução a toda a sua obra, e ao mesmo tempo uma "declaração de guerra". É com espírito guerreiro que ele se lança contra os "ídolos", as ilusões antigas e novas do Ocidente. De tão variados e abrangentes, esses ataques compõem um mosaico dos temas e atitudes do autor: o perspectivismo, o "aristocratismo", o realismo diante da sexualidade, o materialismo, a abordagem psicológica de artistas e pensadores, o antigermanismo, a misoginia. O título é uma paródia do título de uma ópera de Wagner, Crepúsculo dos deuses. No subtítulo, a palavra "martelo" deve ser entendida como marreta, para destroçar os ídolos, e também como diapasão, para, ao tocar as estátuas dos ídolos, comprovar que são ocos.
Saiba maisO Anticristo foi redigido em 1888, mas Nietzsche não chegou a acompanhar a publicação, pois, como se sabe, ficou demente no início de 1889. A obra saiu apenas em 1895, editada por sua irmã, que expurgou algumas passagens. Em quase todos os seus livros Nietzsche discute a religião e a moral cristãs, mas é em O Anticristo que essa discussão alcança a forma mais desinibida e polêmica. Ele faz uma reinterpretação do cristianismo inicial, distinguindo entre o que teria sido Jesus de Nazaré e a interpretação que o apóstolo Paulo fez, algum tempo depois, da figura e dos ensinamentos de Jesus. Para Nietzsche, foi são Paulo quem transformou Jesus em Cristo, foi ele o verdadeiro inventor do cristianismo. O livro oferece, entre outras coisas, uma crítica do conceito cristão de Deus, uma análise do tipo psicológico do Salvador, uma psicologia da fé e dos crentes, uma comparação entre o budismo e o cristianismo, envolvendo uma concepção bastante heterodoxa sobre a natureza do cristianismo. No final, este é condenado como uma religião niilista e negadora da sexualidade, ou seja, contrária aos valores vitais. Os Ditirambos de Dionísio são nove poemas "inspirados" pelo deus Dionísio, que para Nietzsche simbolizava o oposto dos valores cristãos. Eles são publicados pela primeira vez no Brasil, numa edição bilíngüe alemão-português.
Saiba maisPublicado em 1878, Humano, demasiado humano marcou o afastamento de Nietzsche em relação ao romantismo de Wagner e ao pessimismo de Schopenhauer. Influenciado pelos moralistas franceses, Nietzsche adotou e expandiu a forma do aforismo, que neste livro aborda temas como metafísica, moral, religião, arte, literatura, amor, política e relações sociais. Tradução, notas e posfácio de Paulo César de Souza.
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