Nasceu em Lisboa a 28 de Agosto de 1975. Formou-se em Filosofia na Universidade Nova de Lisboa. Foi vencedor do Prémio José Saramago 2009 com o romance "As Três Vidas" (2008). Publicou dez romances: "O Livro dos Homens Sem Luz" (2004), "Hotel Memória" (2007), "As Três Vidas" (2009), "O Bom Inverno" (2010), "Anatomia dos Mártires" (2011), "O Ano Sabático" (2013), "Biografia Involuntária dos Amantes" (2014), "O Luto de Elias Gro" (2015), "O Paraíso Segundo Lars D. (2015), "O Deslumbre de Cecilia Fluss" (2017) e "Ensina-me a voar sobre os telhados" (2018). Foi finalista dos prémios Portugal Telecom, prémio Fernando Namora, Melhor Livro de Ficção Narrativa da SPA e do Prémio Literário Europeu. Os seus livros estão publicados em vários países, incluindo França, Alemanha, Itália, Brasil, Espanha, Hungria. Conheça a seleção de nossos editores para os melhores livros do autor João Tordo.
Numa estrada da Galiza, na Espanha, dois amigos atropelam um javali. Enquanto resolvem os trâmites burocráticos, o poeta mexicano Saldaña Paris pede ao companheiro de viagem, um professor universitário, que leia um manuscrito deixado por Teresa, sua ex-mulher e grande paixão de sua vida. A leitura dessa intrigante herança vai levar o professor a tentar entender não só a origem da tristeza do amigo, mas a reconstituir a então fragmentada história desses amantes. O que ele não imaginava, porém, era que as páginas também seriam capazes de mudar a sua vida. Neste romance magistral, o jovem português João Tordo escreve sobre o amor, os desejos, as obsessões e as marcas indeléveis das relações que construímos ao longo da vida. Um trabalho profundo que o consolida como uma das novas vozes da literatura portuguesa contemporânea.
1892, Baviera. Lisbeth Lorentz, uma professora de piano, apaixona-se por um aluno de treze anos que sofre de autismo. Ao descobrir que ele é um prodígio, instiga-o a compor um concerto durante as aulas e, um dia, sem explicação, fá-lo desaparecer. 1991, Lisboa. Beatriz, uma estudante universitária - que sonha com a mãe falecida -, envolve-se com o autor d'A História do Silêncio, um romance sobre Lisbeth Lorentz. Ao mesmo tempo, enquanto voluntária num abrigo para mendigos, Beatriz conhece Lia, uma adolescente com um passado incógnito e um presente destruído. 1973, Londres. Graça Boyard, portuguesa, dá à luz a primeira e única filha. Fugida de Lisboa para escapar à tirania do pai e à mordaça da ditadura, regressa à capital após a Revolução, tornando-se uma actriz de renome - e abandonando a filha ainda criança. 2015, Lisboa. No consultório de uma terapeuta, Lia Boyard desfia a sua história, dos anos de mendicidade ao momento em que decide procurar a mãe. É aqui que começam a unir-se as pontas da história de quatro mulheres, que atravessam um século e diferentes geografias, unidas por uma força que transcende a própria vida. Um livro a quatro vozes sobre o poder do amor e o vazio da perda, que guarda para o final uma revelação chocante, a reviravolta que faz deste romance de João Tordo uma narrativa magnética.
Que segredos cercam a vida de Antônio Augusto Millhouse Pascal um velho senhor que se esconde do mundo num casarão de província acompanhado de três netos insolentes um jardineiro soturno e um rol de clientes tão abastados e influentes quanto perigosos e loucos? São estes mistérios que o narrador — um rapaz de família modesta — procurará desvendar durante mais de um quarto de século não podendo adivinhar que o emprego que lhe é oferecido por aquela estranha personagem virá a se tornar uma obsessão que acabará consumindo a sua própria vida. Passando pelo Alentejo por Lisboa e por Nova Iorque em plenos anos 80 e cruzando a história sangrenta do século XX com a das personagens 'As três vidas” é simultaneamente uma viagem de autodescoberta através do 'outro” e a história da paixão do narrador por Camila a neta mais velha de Millhouse Pascal e do destino secreto que a aguarda; que estará tal como o do avô inexoravelmente ligado à sorte de um mundo que ameaça a qualquer momento resvalar da corda bamba em que se sustenta.
14 de Setembro de 1998. O dia em que Chatlam, uma pequena vila americana, acordou em choque com o homicídio de Noah Walsh. O principal suspeito: a sua filha de dezasseis anos. No Verão de 1987, o adolescente Pedro Taborda apaixona-se por Laura Walsh, a filha mais velha de um magnata nova-iorquino. Ela e Levi - uma criança misteriosa - passam férias com os pais no Lagoeiro, uma pacata cidade algarvia. Rica e moderna, a família Walsh tem tudo para dar muito nas vistas no sul de Portugal. Inebriado pelas formas perfeitas e pelos modos ousados de Laura, Pedro encontra na rapariga americana o seu primeiro amor. Mas quando o Verão acaba, a família Walsh regressa aos Estados Unidos e o destino fica por cumprir. Dez anos depois, Pedro, decidido a tornar-se escritor, vai estudar para Nova-Iorque. Fascinado com Gary List, antigo prodígio das letras americanas, chega aos Estados Unidos determinado a perseguir os sonhos da juventude. Ao reencontrar Laura, está longe de suspeitar que esse acaso o mergulhará no crime mais falado dos anos noventa, o homicídio do milionário Noah Walsh. Com um segundo homicídio a atrapalhar a investigação e uma corrida para salvar Levi, de apenas dezasseis anos, acusada de matar o pai, Pedro e Laura enredam-se irremediavelmente na teia de segredos que envolve a família Walsh, desde os anos quarenta do século XX até ao impensável desfecho nas primeiras décadas do novo milénio. Porque em Chatlam - e neste thriller imparável - nada é o que parece.
Quando o narrador, um escritor prematuramente frustrado e hipocondríaco, viaja até Budapeste para um encontro literário, está longe de imaginar até onde a literatura o pode levar. Coxo, portador de uma bengala, e planeando uma viagem rápida e sem contratempos, acaba por conhecer Vincenzo Gentile, um escritor italiano mais jovem, mais enérgico, e muito pouco sensato, que o convence a ir da Hungria até Itália, onde um famoso produtor de cinema tem uma casa de província no meio de um bosque, escondida de olhares curiosos, e onde passa a temporada de Verão à qual chama, enigmaticamente, de O Bom Inverno. O produtor, Don Metzger, tem duas obsessões: cinema e balões de ar quente. Entre personagens inusitadas, estranhos acontecimentos, e um corpo que o atraiçoa constantemente, o narrador apercebe-se que em casa de Metzger as coisas não são bem o que parecem. Depois de uma noite agitada, aquilo que podia parecer uma comédia transforma-se em tragédia: Metzger é encontrado morto no seu próprio lago. Porém, cada um dos doze presentes tem uma versão diferente dos acontecimentos. Andrés Bosco, um catalão enorme e ameaçador, que constrói os balões de ar quente de Metzger, toma nas suas mãos a tarefa de descobrir o culpado e isola os presentes na casa do bosque. Assustadas, frágeis, e egoístas, as personagens começam a desabar, atraiçoando-se e acusando-se mutuamente, sob a influência do carismático e perigoso Bosco, que desaparece para o interior do bosque, dando início a um cerco. E, um a um, os protagonistas vão ser confrontados com os seus piores medos, num pesadelo assassino que parece só poder terminar quando não sobrar ninguém para contar a história.
Ao perder tudo, um homem isola-se no silêncio de um apartamento londrino, e a sua vida começa a ser comandada pela voz de um desconhecido ao telefone; um casal fica, de um momento para o outro, soterrado nos escombros de uma casa destruída pela guerra durante o blitz alemão sobre Londres; um estudante vítima de insónia mergulha num mundo de irrealidade permanente, temendo o ameaçador vizinho do quarto contíguo; um médico mórbido constrói uma máquina de tortura num hospital isolado da costa de Brighton. Os segredos por revelar de todas estas personagens perpassam num romance cheio de enigmas e vozes e criam uma atmosfera de suspense e claustrofobia que faz de cada página um passo expectante na direcção de uma escuridão cada vez maior, de um desenlace ao mesmo tempo macabro e romântico.Com ecos de Kafka e de Auster e influências do novo conto gótico, O Livro dos Homens sem Luz revisita os clássicos da literatura de mistério - de Wilkie Collins a Edgar Allan Poe -, oferecendo-lhes um espaço peculiar no qual o autor entrega o destino das personagens a si próprias.
Um jornalista português insensato e ambicioso quer provar para seu editor - um comunista irascível, alcoólatra e com bastante desprezo pelos jovens - que não é só mais um na redação. Escolhido para ir a Berlim entrevistar o biógrafo de um mártir religioso, aproveita a deixa para fazer, em seu artigo, uma analogia com a história de Catarina Eufémia, a camponesa que se tornou um ícone do Partido Comunista, mas de quem, na verdade, pouco ou nada sabe. Quando, porém, o artigo é publicado, as reações de indignação por parte dos leitores não demoram, algumas, inclusive, bastante ameaçadoras. E, na noite em que o editor é encontrado na rua em coma, aparentemente brutalizado, o jornalista se pergunta se não foi por defender publicamente seu artigo e começa a suspeitar que existe muito mais em jogo do que a simples memória de uma camponesa assassinada durante a ditadura.
Uma história de amor e assombração nas décadas que transformaram Portugal. PRÉMIO LITERÁRIO FERNANDO NAMORA - ESTORIL SOL 2021 FINALISTA DO GRANDE PRÉMIO DE ROMANCE APE - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ESCRITORES Lisboa, 1973 Nas vésperas da revolução, um rapaz de dezassete anos, filho de um pai conservador e de uma mãe liberal, cai de amores por Felicidade, colega de escola e uma de três gémeas idênticas. As irmãs Kopejka são a grande atracção do liceu: bonitas, seguras, determinadas, são fonte de desejos e fantasias inalcançáveis. Respira-se mudança -a Europa a libertar-se das suas ditaduras e Portugal a despedir-se da velha ordem - e vive-se a promessa da liberdade, com todos os seus riscos e encantos. É neste tempo e neste mundo, indeciso entre tradição e modernidade, que o nosso narrador cai num abismo pessoal. A primeira noite de amor com Felicidade acaba de forma trágica, e o jovem vê-se enredado na malha inescapável das trigémeas Kopejka, três Fúrias que não tem poderes para controlar. À semelhança de uma tragédia grega, o herói encontra-se subjugado por forças indomáveis, preso entre dois mundos. Um romance enfeitiçante, repleto de ironia e humor, de remorso e melancolia, em que João Tordo aborda os temas do amor e da morte, e das pulsões humanas que os unem.
Saiba maisAos catorze anos, Matias Fluss é um adolescente preocupado com três coisas: o sexo, um tio enlouquecido e as fábulas budistas. Vive com a mãe e a irmã mais velha, Cecilia, numa espécie de ninho onde lambe as feridas da juventude: a primeira paixão, as dúvidas existenciais, os conflitos de afirmação. Sempre que sente o copo a transbordar, refugia-se na cabana isolada do tio Elias. Cedo, contudo, a inocência lhe será arrancada. Ao virar da esquina, encontra-se o golpe mais duro da sua vida: o desaparecimento súbito de Cecilia que, afundada numa paixão por um homem desconhecido, é vista pela última vez a saltar de uma ponte. Muito mais tarde, Matias será obrigado a revisitar a dor, quando a sua pacata vida de professor universitário é interrompida por uma carta vinda das sombras do passado, lançando a suspeita sobre o que aconteceu realmente à sua irmã — sem saber ainda que regressar ao passado poderá significar, também, resgatar-se a si mesmo. No final desta trilogia dos lugares sem nome, iniciada com O luto de Elias Gro, João Tordo explora, através de personagens únicas e universais, numa geografia singular, os temas da memória e do afecto, do amor e da desolação, da vida terrena e espiritual, procurando aquilo que com mais força nos liga aos outros e a nós próprios.
Saiba maisSegundo romance de João Tordo, autor vencedor do prémio José Saramago, Hotel Memória é simultaneamente um romance de mistério e um livro de aventuras. Inspirado pela ficção de Edgar Allan Poe e Herman Melville, é uma obra intrigante e comovente, que enfrenta os fantasmas da memória, da culpa e da redenção ao mesmo tempo que interroga o que faz de nós o que somos.
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