Ferreira Gullar, pseudônimo de José Ribamar Ferreira, foi um escritor, poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista e ensaísta brasileiro e um dos fundadores do neoconcretismo. Foi o postulante da cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras, na vaga deixada por Ivan Junqueira, da qual tomou posse em 5 de dezembro de 2014. Gullar foi reverenciado pelos maiores poetas e escritores brasileiros de sua geração. Vinícius de Moraes disse que poema sujo foi “o mais importante poema escrito no Brasil (e não só no Brasil) nos últimos dez anos, pelo menos. De acordo com Sérgio Buarque de Holanda, Gullar foi “o nosso único poeta maior dos tempos de hoje”, no qual “a voz pública não se separa em momento algum do seu toque íntimo [...], das recordações da infância numa cidade azul, evocada no meio de triste exílio portenho”, sendo que “para a singularidade e importância da sua contribuição, só encontro de comparável, no Brasil, a prosa de Guimarães Rosa”.
Observador atento da vida de cada dia, o cronista Ferreira Gullar não perde nenhum detalhe da comédia humana brasileira: dos fatos políticos que afetam o povo e o país e da exploração econômica, que o deixa irado como um profeta bíblico, aos casos banais, seus preferidos, com os quais, com humor e simpatia, escreve as suas melhores crônicas.
Ao aliar excepcional qualidade literária e aguda preocupação com as questões sociais, Dentro da noite veloz é um livro altamente engajado. Em poemas célebres como “Não há vagas” e “Homem comum”, Ferreira Gullar, em tom questionador e inquieto, denuncia a realidade cruel e desigual do país. No prefácio a esta edição, Armando Freitas Filho aponta: “É isso que este livro imenso nos mostra: a vida, a aventura, o perigo do universo que nos convida para a peripécia existencial de cada um de nós. Ninguém melhor que Ferreira Gullar para nos fazer viver e morrer, com sua experiência humana e destemida que passa dentro dessa noite feroz e veloz, sempre a postos para uma nova e ― se necessário for ― combativa manhã”.
Na vertigem do dia foi publicado originalmente em 1980. Trata-se do livro seguinte ao célebre Poema sujo, lançado em 1976. O título é coerente com a trajetória de um poeta para quem a poesia nasce do espanto. A vertigem está no atropelo das coisas, dos ritmos metropolitanos, dos fatos incontroláveis, da memória, dos valores em combate dentro do sujeito. Sofrendo a divisão que se opera entre a necessidade da resistência política à opressão das ditaduras militares - Gullar conheceu por dentro também a do Chile e a da Argentina - e o reconhecimento das pulsões pessoais, a poesia se faz em meio à conciliação entre o gesto revolucionário e o espelho lírico. A edição da Companhia das Letras traz um posfácio inédito de Alcides Villaça.
A obra mais experimental de Gullar com novo projeto gráfico. Como bem diz Antônio Houaiss, “há duas maneiras de justificar a publicação de um texto: porque ele é em si relevante ou porque ele é um elo de um conjunto de textos relevantes. Este é um texto que goza das duas características anteriores: é um nó, um momento, um tempo, um elo extremamente representativo da obra de um dos nossos grandes criadores contemporâneos.”. Crime na Flora é um longo poema em prosa, ou uma prosa poética, de Ferreira Gullar, escrito em sua maior parte logo após o lançamento de Luta Corporal (1954) e publicado apenas 30 anos depois. De acordo com informações do autor contidas na própria obra, a intenção era "fazer uma poesia que não fosse apenas um discurso sobre a realidade mas, ela mesma, uma realidade".
Barulhos reúne a produção poética de Ferreira Gullar entre 1980 e 1987. Neste livro. o poeta conta o caminho percorrido naqueles anos. os amigos perdidos. a diária redescoberta do corpo. É uma obra que marca. em definitivo. a passagem do escritor pelo pórtico da maturidade e a cristalização de seu estilo poético. de sua forma.
Fora do mercado há pelo menos 5 anos, Toda poesia – a obra poética completa do maior poeta brasileiro vivo – ganha nova edição, revista e ampliada, em capa dura e projeto gráfico moderno. Além da inclusão de Em alguma parte alguma, o mais recente livro de Ferreira Gullar, Toda poesia agora chega ao leitor depois de um intenso trabalho de curadoria e de revisão dos poemas em suas diferentes edições. É o caso, por exemplo, da inclusão de um poema que havia sumido da obra do autor desde a sua 1º edição.
Nesta obra que é um marco na história da moderna poesia brasileira o autor apresenta peças que rompem com o discurso a sintaxe e o lirismo tradicional chegando mesmo a fraturar a palavra e os fonemas e a incorporar sons abstratos. Em outras peças de construção mais normativa o poeta segue uma linha próxima à de João Cabral de Melo Neto aliando a síntese e a concisão à objetividade fazendo uso de substantivos em imagens bem definidas. "Luta Corporal" é a obra mais bem realizada de Ferreira Gullar e o ponto de partida das pesquisas formais desenvolvidas nos anos 50.
Um livro lançado em 1999. após doze anos sem publicar. Muitas vozes é mais reflexivo. onde temas como a vida. a morte e as memórias de infância estão presentes de forma mais amena e madura.
Saiba maisAs histórias de Ferreira Gullar que compõem Romances de cordel foram escritos em 1960. São textos de caráter social e político. que surgiram num momento de grande atuação do poeta no Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE. Pela primeira vez em volume separado. os textos (que haviam sido publicados em Toda poesia. também pela editora José Olympio) receberam ilustrações de Ciro Fernandes. que completam esta edição. - Ferreira Gullar é o maior poeta brasileiro em atividade. - Belíssimas xilogravuras de Ciro Fernandes. - Pela primeira vez em volume separado. em uma charmosa edição.
Saiba maisConsagrado poeta brasileiro, vencedor dos mais importantes prêmios literários e candidato ao Nobel de Literatura 2012, Ferreira Gullar, no monólogo em um ato O homem como invenção de si mesmo, através de uma linguagem bem-humorada, leve e contemporânea, levanta questionamentos como fé, instituições, sociedade e realidade. Em suas próprias palavras, Gullar diz que "essa teoria consiste em afirmar que a vida é inventada e que nós mesmos nos inventamos. ".
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