Publicado em 1937, "Capitães de Areia" de Jorge Amado é um romance que retrata a vida dos meninos de rua em Salvador, na década de 1930. A obra é considerada um clássico da literatura brasileira e um retrato emocionante da luta pela sobrevivência em meio à pobreza e à injustiça social. A trama gira em torno dos Capitães de Areia, um grupo de meninos de rua que vivem em um trapiche abandonado na cidade de Salvador. Eles são liderados pelo carismático Pedro Bala, que luta para proteger seus amigos e para encontrar um lugar no mundo. Ao longo da história, os Capitães de Areia se envolvem em aventuras, brigas e roubos, enquanto lutam para sobreviver e para encontrar um sentido para suas vidas. Amado escreve de forma poética e envolvente, capturando a essência dos personagens e da cidade de Salvador. Ele retrata de forma realista a vida difícil dos meninos de rua, que são marginalizados e negligenciados pela sociedade. Ao mesmo tempo, a obra também celebra a amizade, a solidariedade e a capacidade de sonhar, mesmo em meio às adversidades. "Capitães de Areia" é uma obra que emociona e inspira. Ela nos leva a refletir sobre as desigualdades sociais e sobre a importância de oferecer oportunidades e esperança às pessoas que vivem à margem da sociedade. É uma leitura essencial para todos os que buscam entender a vida nas ruas e a luta pela dignidade humana.
Desde o seu lançamento, em 1937, Capitães da Areia causou escândalo: inúmeros exemplares do livro foram queimados em praça pública, por determinação do Estado Novo. Ao longo de sete décadas a narrativa não perdeu viço nem atualidade, pelo contrário: a vida urbana dos meninos pobres e infratores ganhou contornos trágicos e urgentes. Várias gerações de brasileiros sofreram o impacto e a sedução desses meninos que moram num trapiche abandonado no areal do cais de Salvador, vivendo à margem das convenções sociais. Verdadeiro romance de formação, o livro nos torna íntimos de suas pequenas criaturas, cada uma delas com suas carências e suas ambições: do líder Pedro Bala ao religioso Pirulito, do ressentido e cruel Sem-Pernas ao aprendiz de cafetão Gato, do sensato Professor ao rústico sertanejo Volta Seca. Com a força envolvente da sua prosa, Jorge Amado nos aproxima desses garotos e nos contagia com seu intenso desejo de liberdade.