José Martiniano de Alencar, é conhecido como o fundador do romance de temática nacional. É o patrono da cadeira fundada por Machado de Assis na Academia Brasileira de Letras.
Século XVII. O império de D. Antônio de Mariz, enfronhado na densa floresta fluminense, é ameaçado. Mas nem todos são inimigos - o corajoso Peri protegerá a filha de D. Antônio, Cecília, por quem se apaixona. Neste épico de José de Alencar, temperado por amor e aventura, planos de traição e vingança desenrolam-se em cenários cinematográficos.
José Alencar conta a história da fundação do estado do Ceará por meio da lenda de Iracema, a “virgem dos lábios de mel”. Nesta edição com texto integral, a linguagem rebuscada do autor nacionalista do século XIX é traduzida para os dias de hoje por meio das notas comentadas de Fátima Mesquita.
Numa festa da Corte, Paulo, um jovem romântico, recém-chegado ao Rio de Janeiro, defronta-se com a irradiante beleza de uma jovem dama. Ao cortejar essa “senhora”, no entanto, é zombado pelo amigo, pois ela é Lúcia, a mais bela e requisitada cortesã da cidade. Ainda que envergonhado por sua ingenuidade, Paulo não consegue tirar a imagem de Lúcia de sua mente. Certamente fora seduzido. Entretanto, para um sonhador como ele, envolver-se com uma mulher como Lúcia poderia ser perigoso... Saberia Paulo se envolver sem se apaixonar? Repleto de ardilosas tramas amorosas, o romance de José de Alencar, inspirado em “A dama das camélias”, de Alexandre Dumas, traça um esboço da frivolidade da sociedade carioca do Segundo Reinado, marcada pela hipocrisia e pela promiscuidade.
Obra da fase urbana de José de Alencar, considerado o mestre do romantismo o brasileiro, Senhora revela as convenções da sociedade burguesa carioca do século XIX. Pelos desencontros amorosos de Aurélia Camargo, Fernanda Seixas e Adelaide Amaral, o autor traça um painel da vida da corte e critica os costumes da época, como casamento por interesse e arrivismo social.
O Gaúcho, de José de Alencar, foi publicado em 1870 e corresponde a primeira publicação que o autor fez tentando retratar o Brasil com o foco em outras regiões que não a corte do Rio de Janeiro, essa fase é dita regionalista, tempo que irá lançar também O tronco do ipê e Til. Nesta narrativa o leitor conhecerá um herói do campo, o qual está enraizado à vida da natureza, o personagem de José de Alencar é a própria descrição da vida nos pampas do sul do Brasil. O gaúcho é a tentativa de representação de um herói épico, pois em Manuel Canho estão os valores do bom selvagem, um exímio conhecedor de cavalos, que irá, em sua jornada, vingar a morte do pai e conquistar o amor de uma mulher. Essa matriz é pautada no Romantismo, o que faz de José de Alencar o autor central desse nosso período literário.
Publicada em 1874, “Ubirajara” completa uma trilogia de romances indianistas propostos por José de Alencar. “O grande representante da alma brasileira”, como disse Machado de Assis, inicia a elaboração desse universo do romance de aventura em “O Guarani” (1857), passa por “Iracema” (1865), até chegar nesta obra, que se desenrola num Brasil misterioso, aquele pré-cabralino, que pouco se comenta na historiografia da formação do país. Esta é uma obra fundamental para se entender a construção de uma ideia de nação e de brasilidade. Em “Ubirajara”, Alencar produz sonho com base na nossa história, mexe um caldeirão de imaginários sobre índios, florestas selvagens e sobre o povo que estava antes da colonização; tudo isso regado a uma história de amor e aventura suavemente descrita por esse que é um dos maiores romancistas da nossa literatura.
Num Brasil desconhecido, de paisagens coloridas e exuberantes contrastando com uma pobreza evidente, um amor proibido dá início a uma saga de lutas e aventuras. Arnaldo ― um sertanejo de hábitos simples, filho de um local onde o sol queima e a água falta ― apaixona-se por Flor ― filha de seu patrão; um fazendeiro capitão-mor, conhecido como o maior homem do Ceará. Apesar de simples, Arnaldo é destemido e determinado e lutará contra diversas barreiras para viver seu amor genuíno. Em O Sertanejo, publicado em 1875, José de Alencar nos leva para um local de natureza bruta, ainda pouco desbravado no final do século XIX: o sertão no nordeste do país. Alencar povoa nossas mentes, mexendo o caldeirão de nosso imaginário com seus ricos personagens e locais detalhadamente descritos.
“ – Perdoa, perdoa! O mais estranho era que as palavras saiam das entranhas da terra e rompiam do mesmo chão que eu pisava”. A sucessão da fazenda Nossa Senhora do Boqueirão encerra um segredo guardado zelosamente por Pai Benedito. Da sua revelação depende o futuro de Mário e Alice, ambos descendentes das duas últimas famílias de proprietários da fazenda. O tronco do ipê (1871), de José de Alencar, recupera a dinâmica social, os costumes e os festejos de uma próspera fazenda fluminense no período que antecede a Abolição e a Proclamação da República.
Saiba maisJosé de Alencar é um dos responsáveis por transpor para a literatura brasileira o modelo de romance já consagrado na Europa ― especialmente na França, dando ao gênero a matiz do povo nativo, retratando o comportamento da elite burguesa na segunda metade do século XIX e o dia a dia dos rapazes e moças que habitavam os salões da Corte brasileira. Diva (1864) é o segundo romance de sua fase urbana, nele o autor faz uso novamente de uma heroína e protagonista: a sedutora Emília. O romance é narrado em primeira pessoa por Augusto Amaral, médico que cuidou de Emília quando essa esteve doente. Dois anos se passam e eles se reencontram. Agora, Emilia é uma moça de dezoito anos, extremamente encantadora e misteriosa. Rodeada de pretendentes, Augusto passa os dias tentando conquistá-la; seu desassossego é intenso e faz os leitores mergulharem em uma narrativa cheia de paixão, ciúme e encontros e desencontros amorosos.
Saiba maisPublicada pela primeira vez em 1872, Til pertence, ao lado de O gaúcho, O sertanejo e O tronco do Ipê, ao regionalismo de José de Alencar e retrata o interior paulista. Nesse romance, a idealização da natureza, a narrativa leve e o subjetivismo da linguagem criam uma atmosfera suave, em que a inocência dos personagens centrais contrasta com a trama emaranhada e sanguinolenta. A beleza da natureza, tão valorizada e enaltecida pelos contemporâneos de Alencar, divide lugar com a brutalidade da realidade regional. Til é o apelido de Berta, moça “pequena, esbelta, ligeira, buliçosa” que se envolve nas mais intricadas tramas, sempre buscando ajudar os que precisam. Trata-se do ideal de heroína: doce, meiga, caridosa, mas também de coragem e impetuosidade únicas na literatura brasileira. Capaz de enfrentar jagunços, Berta não mede esforços ao buscar a realização de seus intentos. Violências, mistérios e triângulos amorosos constituem esta complicada e bela história.
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